
"Vou procurar por mim em algum lugar que eu me perdi."
Não sei onde me perdi, e o que foi que aconteceu.
Sei que acordei bem ali, no meio do nada, entre as flores e o mato.
É como descobrir o que realmente restou em sua vida, o que sobrou entre os seus dedos.
Não sobrou nem pó, dos lugares que passei.
Alguns risos foram contidos, e algumas lágrimas surgiram com tanta vontade, que tive pena de manda-las de volta.
Tentei fugir desse mundo, vazio, sem pessoas ou animais.
Não encontrei nada além de folhas e flores.
Talvez seja o início dessa nova jornada, nesse lugar distante.
Talvez seja o deserto do meu coração, clamando por companhia nesse lugar desigual.
Espero que seja apenas um pesadelo, e que eu venha a acordar em instantes.
Mas não, o mundo é assim.
Você pode ter todas as pessoas a sua volta, mas você sempre será solitário.
E de mim, a solidão me rouba inspiração.
Não é de todo ruim escrever palavras sem nexo, e com total sentido filosófico de nossas vidas.
Eu falo de folhas como se falasse de abraços.
Eu falo de flores como se fossem a esperança.
Eu falo de amor como se fosse o oxigênio que invade meus pulmões.
Eu falo de vida em contrapartida com a morte.
Eu sofro de amor, com um misto de prazer por amar.
Eu falo de mim e de todos, querendo falar de desilusões.
Eu sou do mundo, o que ele faz de mim.
Sou das conseqüências o que me faz chorar, diante da vida.
Sou de mim, o que sou, e jamais serei de ti.
Pois a mim, serei mais do que sou, e menos do que serei.
E assim, caminhando sem rumo, por entre às árvores, eis que vejo minha imagem refletida em um lago.
É vergonhoso ver meu reflexo diante das conseqüências dos meus atos.
Mas também é o necessário, para se viver, distante de tudo.
Encarando apenas a mim mesma.
Nesse lugar deserto, que digo ser apenas meu mundo.
Apenas meu refúgio mental.
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