
As vezes sentimos falta de coisas que nem a saudade é capaz de explicar.
Quando se vê passaram-se anos, e o que restou de ti não se aplica a mim.
Pois no sentido da vida, quem é que vai sair do rumo da solidão?
Diante da imensidão do nexo sem nexo, sem paradoxo da morte.
Quem ousaria invadir minhas entranhas sem me deixar vestígios.
Acho que ninguém me deixaria à beira da eira do nada.
Por que quem de mim roubaria à alma da calma, dos necessitados de compaixão?
Rastejando sobre corpos, fluidos, gritos e prazeres.
Naquilo que diz respeito à falta do mesmo além daqui.
Por horas perdido no encontro daqueles que sofrem de ausência em abundância.
Quem ousaria questionar as divinas explicações não lógicas dele?
Qual seria o irracional de tudo que se diz real?
Pois naquele que habita o inabitável sobra de mim pedaços não alcançáveis.
E aqui fico em parte, pois parte de mim se nega a voltar.
Diante de tudo o que se diz ausência, a presença resiste à chegar.
Naquilo que sempre conheci, desconheço.
Pois não há tristeza e felicidade sem um pois.
Não há ausência com presença sem um nós.
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