3 de fev. de 2012

Extasiada

O gosto do seu beijo começava a se misturar ao vinho que tomávamos enquanto toda a poesia existente em seu ser era exalada de forma magnifica e quase surreal.
Sentados no tapete, numa sala repleta de livros, esbanjando toda a poesia e sedução que só você poderia me proporcionar. Tudo me levava até você.
As palavras fluíam lentamente, seus lábios se moviam num gesto impensado, era possível ver seus dentes afiados. Um pouco assustador, confesso, mas me seduzia a ideia de ser como você.
Era mais do que visível que algo me atraía, talvez fossem as taças de vinho a mais, talvez fosse simplesmente aquele homem à minha frente. Tinha uma aparência tão comum e ao mesmo tempo repleta de uma beleza estonteante, que me embriagava.
Talvez fossem as palavras entrando em minha mente, se misturando aos goles de vinho, e aquela vontade de saber mais sobre a criatura a minha frente. Era tão comum, ao mesmo tempo parecia diferente de tudo o que meus olhos conheciam.
Cada vez que me tocava podia sentir o desejo de tê-lo para mim. E assim seus lábios vieram até os meus, e seus beijos se tornavam mais intensos, sua mão percorria meu corpo, acariciava minha nuca, como se estudasse a melhor maneira de ficar por ali.
Os versos começavam a se distanciar, quase não havia vinho em minha taça, e eu estava completamente embriagada, alucinada, perdida em seus braços.
Fui tomada por ti, seus lábios percorriam meu pescoço, e sem mais seus dentes foram cravados, pude sentir meu sangue escorrendo e a melhor sensação do mundo.
Provavelmente eu desmaiei, não me lembro de mais nada do que aconteceu após aquele instante. Eu tive um vampiro junto à mim, se alimentando com meu sangue, me deixando extasiada com tudo.
Acordei deitada em seu peito, talvez fosse apenas um sonho. Você ali junto a mim, enquanto meu desejo de tê-lo havia sido realizado. Um cigarro na mão, uma taça ao lado, um beijo na testa e você me pedindo para voltar a dormir.

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