Amor, ódio e perdão

O silêncio me assusta, pois ele grita a verdade.

E eu aqui presa na solidão dos meus pensamentos.

Grito de medo de continuar nessa insanidade que é sua ausência.

Eu sempre soube que a dor da perda era insuportável, mas ela é mais do que isso, ela me dá vontade de morrer para esquecer a dor.

Eu sei dos meus erros, mas também sei dos meus acertos.

Não foi de todo ruim, mas também não deveria ser assim.

Por que agora eu sinto sua falta, pois sua presença se tornou viciante na minha vida.

Eu quero consertar as vidas que estraguei, e quero viver a minha.

Não sei mais o que será de mim, pois não sei mais o que eu tenho.

O que restou foi uma quantidade enorme de amor e ausência.

Com isso eu consigo algumas lágrimas e talvez fique bem.

Não me orgulho do que fiz, muito menos acho correto.

No meio disso tudo eu fiz algo de bom, ensinei à vocês que o amor próprio vem acima de tudo.

Um ensinamento não é nada diantes das mentiras e ilusões, mas é melhor do que nada de bom.

Sei das lágrimas que todos nós derramamos diante de tudo, e digo que poderia ter evitado que fosse assim.

Me descobri fraca e confusa.

Hoje eu já não sei o que sou e o que será de mim.

Eu sei que meu perdão é quase inaceitável.

Sei que seres humanos não são perfeitos, e erram.

Sei que quem ama, perdoa.

E se diante de tudo ainda sobrar um pouco de ódio, saiba que ódio também é amor.

Ninguém se preocupa tanto com alguém que não gosta.

E por mais que tenha criado um mundo ilusório, sobrou amor.

Sei que um dia todos nós iremos ficar bem, mas hoje não.

Há muita mágoa e muito dor.

Muitos corações foram despedaçados.

Mas o tempo ajuda a cicatrizar as feridas.

Nem sempre se ama alguém assim.

Um amor nem sempre é para a vida toda.

E se há amor, há esperança.

Ficamos todos aqui, na expectativa da felicidade.

E eu fico ali, no canto, sem merecer o perdão.

Mas ainda sim, espero vê-los bem.