23 de out. de 2011

Sobrevida

Não há sentimento maior ou menor do que trago no peito.
Não há nada que eu não sinta, que não se explique diante de palavras mal escritas, e talvez mal pronunciadas, diante de frases e sussurros mal resolvidos.
E há tanta dor transbordando que já não sei aonde dói, na verdade não sei se realmente dói, ou se faz parte dessa ilusão.
Como se tudo o que aconteceu fizesse parte de um daqueles pesadelos que vivenciei em tantos momentos dessa sobrevida.
É como acordar embaixo de um oceano congelado e lhe faltar o oxigênio para respirar.
É como estar presa entre as amarras e algemas de um mundo em guerra consigo mesmo.
É um não saber do que se gostaria de entender, e que gera tanto conflito onde não há nada...
Algo que não se sente ou imagina, e ainda sim te leva ao centro de tudo.
Em algum lugar em que seus pés jamais seriam capazes de te levar, por caminhos não existentes, e ainda sim tão conhecidos, que sua mente faz questão de lhe dizer que foi por ali que você marcou a trilha, repleta de lágrimas espessas, que percorreram sua face por milhas e milhas.
Até chegar aqui, nessa escuridão, nesse local aonde nada se vê, e ainda sim tudo pode ser sentido.
Aonde não existe mais nada além de pensamentos que assombram e amedrontam, nada além da sua mente vazia, e ao mesmo tempo repleta de coisas, que lhe tiram a sanidade.

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