24 de fev. de 2012

Tudo e nada



Isso me corrói da cabeça aos pés. Saber que fiz tudo e ao mesmo tempo nada.
Dói, machuca, perfura toda a minha alma. Rasga todo o meu ser. Sangra-me os olhos.
Minha pele lateja, meus dedos dormem, meu corpo fraqueja.
Tudo se vai, tudo se perde. Tudo o que eu não gostaria de perder.
Fraquejar não vai fazer tudo voltar a ser como era. Nada é o que era.
Tantas lágrimas dispersas não vão inundar os meus dias, não são suficientes para me matarem afogada.
Meu corpo treme. Aquele que você tomou por inteiro. O que era quente, e agora está frio.
Toda essa náusea não vai expulsar todo o sofrimento enterrado por debaixo dos meus ossos.
Nada vai me salvar de mim mesma. O que restou não pode ser salvo. Está perdido. Enterrado em lembranças que ferem a cada flash.
Dói tudo o que não se salva, fere o que se perde. Rasga-me a face. Escorre a vida que perdi entre os dedos.

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