Despertou e então se assustou ao ouvir seu telefone tocar. Não sabia se atendia ou não. Poderia ignorar e continuar naquele seu momento de melancolia, ou então atender, e assim expor o que estava acontecendo. Talvez ficasse simplesmente muda esperando com que falassem horas e horas, e dissessem que tudo ficaria bem.
Prendeu o choro, e segundos depois de atender pode ouvir a voz de sua mãe preocupada.
- Minha filha, o que está acontecendo contigo? Você está bem? Filha? Encontrei o...
Em prantos e soluços Duda respondeu com toda a agonia presente em seu coração.
- Foi horrível, ele me deixou. Simplesmente acordou, fez as malas e... E... Foi embora.
Tudo parecia perdido, ela estava sem rumo, e todos os caminhos pareciam levá-la para o mesmo lugar.
- Maria Eduarda, me escute: não é o fim do mundo. Talvez ele não seja o cara certo. Você é muito nova, minha filha, ainda vai sofrer muito. Sei que você encontrará a pessoa certa. Eu te amo, minha pequena.
Desligou. Duda não conseguia entender o que sua mãe queria dizer com tudo aquilo. Não naquele momento. Talvez aquilo fosse só para confortá- la, e bem, funcionou por um tempo.
Ela ainda não sabia o que fazer, estava prestes a descobrir. A primeira coisa a se fazer era dar um jeito na casa. Tudo cheirava a cigarro, e suas roupas cheiravam vodka barata.
Precisava de dinheiro, de amigos, e de uma nova vida, com novas pessoas.
Colocou suas roupas para lavar como se isso já fosse o suficiente para tirar as manchas de suas dores.
No dia seguinte iria em busca de sua felicidade. Talvez conseguisse alguma coisa. Talvez ao despertar pela manhã descubra que tudo não passou de um pesadelo. Quem sabe.
26 de mar. de 2012
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