6 de set. de 2012

Quimera



- Continue em silêncio, me deixe observar.

As pernas cruzadas, as mãos na mesa, o olhar se esgueirando pela lateral.
Um olhar direto, um sorriso tímido.
O vento, o céu azul, as nuvens rosadas.
Alguns risos.

- Calem-se! Estou tentando ouvir sua respiração (tão distante!)

Pássaros. Cantos. Vozes perdidas por aí.

- O que será que você está pensando agora?

Silêncio.

- Ótimo, posso continuar agora. Posso? Mas como? O que? Para aonde foi?

Ah sim, ali, logo ali.

- O que será essa ânsia? - Pense! Pense! Não! Será?

O coração dispara.

- Até você? Fique quieto. Pare! Não me atrapalhe.

Então sorri.

- O que está acontecendo aqui?
- Não sei, talvez você tenha se perdido. Talvez estivesse sonhando. Afinal, quem é você mesmo?
- A esperança, o seu sopro de vida. A sua vontade de viver. O que lhe fará sorrir.
- Está debochando de mim?
- Claro que não, você pode ser feliz.
- Como?
- Apenas me dê a mão.





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