25 de set. de 2012
O riso frouxo, a lágrima solta, o eu vivo
Acendeu um cigarro, encheu a velha caneca de café, sentou no banco e esperou.
Sabia que ele viria. Teria que aparecer. Tudo aquilo fazia parte da rotina dele.
Rotina essa que tentavam evitar, mas sempre estava por lá.
Sentiu-se como há muito tempo não sentia. Aquilo tudo era tão comum, mas não mais.
Toda aquela ansiedade passou a ser única e exclusiva para com ele.
Era como se em meio a sede do deserto, ele fosse a gota de água que poderia saciar a sua sede.
Ao mesmo tempo era o mar, as ondas, que atingiam suas rochas, e fazia com ela pequeninos grãos de areia.
Poderia ser o sol, o vento, as nuvens, ou a chuva que resolveu aparecer.
Chuva esta que parecia ter saído diretamente dos meus olhos. Cinzas, perturbados, frios.
Não, era apenas ele. E tudo o que ele fazia comigo.
O quanto me perturbava olhar naqueles olhos e não dizer tudo o que estava preso naquele nó.
Talvez eu conseguisse ficar ali, e fingir que estava tudo bem. Fingir um sorriso, algumas risadas, mas logo meus olhos iriam denunciar a tempestade refugiada.
Então ele me olhou, senti minha alma sendo invadida. Senti frio, calor, arrepios. E assim, do nada, me senti leve, vazia e completa.
Era com se ele tivesse feito todos aqueles sentimentos ruins dizerem adeus, bem rapidamente. E logo lá estava eu, repleta de amor, ternura, carinho, e muito mais.
Depois de dias desejando segurar em suas mãos, ele o fez. Minha mão estava junto a sua. Eu podia sentir o toque suave, o calor, o carinho por trás daquilo.
Eu poderia me perder ali por horas a fio. Eu quero me perder naquilo, me prender à aquele momento.
E como se já não bastasse o sonho perfeito, ainda tive a chance de o fazer meu, mesmo que por minutos. Pude acariciar seus cabelos, sua nuca, com toda a vontade de me aconchegar ali, junto ao seu corpo e permanecer ali, quietinha, ouvindo sua respiração, acariciando, e me sentindo a pessoa mais feliz e sortuda do mundo naquele momento.
Por ali, logo ali, estava você. Com todos aqueles medos, me dando a chance de cuidar de ti. Ao menos um pouco.
Já nem sei ao certo se foi real, ou se foi apenas mais um daqueles loucos sonhos que me invadem.
Não tinha certeza de mais nada além de você.
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