Quem poderia
acreditar que tamanho desastre emitido pela natureza poderia amar?
O que seria
então esse ser desprovido até mesmo do seu equilíbrio externo, e da sua
organização interior?
Duda
rabiscava essas palavras em uma folha qualquer do seu caderno, junto com os
seus pensamentos aleatórios provocados pela paixão que invadia-lhe cada dia
mais após ter conhecido Théo.
Como em um
sonho perfeito lá estava ela sendo a atriz principal de um filme que havia
começado com um rascunho cruel e resquícios de sua inabilidade com as pessoas.
Logo o senhor de suas emoções havia se
transformado em um príncipe encantado do mundo moderno, e ainda sim carregava
consigo o romantismo de uma época aonde o amor não era apenas um sentimento
vulgarmente momentâneo. Era algo que unia duas pessoas até o último respirar de
ambas. Quando algo não dava certo e começava a se desvanecer, juntos eles
podiam remendar e consertar os erros, e logo tudo ficaria bem. Afinal, todo
aquele amor não poderia ser disperso em meio às tolices momentâneas ocorridas
ao longo dos anos em uma vida a dois, aonde o amor, mais do que verdadeiro e
supremo, poderia fazer com que tivessem o mundo em suas mãos.
Estavam
juntos, perdidos em meio ao mundo moderno e pessoas mesquinhas. Viviam em um mundo
aonde as pessoas não se importavam com mais nada, aonde a futilidade rotineira
valia mais do que a vida, e os problemas continuariam a ser problemas, dos
outros, afinal alguém teria que se preocupar, e esse alguém com certeza não era
uma dessas pessoas submersas na hipocrisia.
O cenário
desse intenso romance não parecia em nada com Paris da década de 20. Parecia
não haver glamour, Romance, e nem ao menos respeito aos demais. Estavam em meio
ao terror dos dias atuais.
Ainda sim,
poderiam viver em um lindo conto de fadas, em meio à floresta selvagem dos
prédios e casas, andando descalço pela grama cimentada de suas residências.
O amor que
sentiam parecia correr em suas veias tão e quão freneticamente como o sangue
que percorre o corpo, aquece e nos mantém vivos.
Esse amor era o que alimentava seus corpos, e
fazia com que suas almas se sentissem reatadas depois de longas décadas a
procura de suas metades que espaireciam por ai.
Suas metades
haviam formado um todo, aonde o amor verdadeiro preenchia-lhes com a felicidade
sublime, causando-lhe o êxtase e frenesi de um antes desconhecido sentimento,
que hoje se faz tão certo e essencial quanto o oxigênio que agora lhes enche
seus pulmões.
A valsa de
seus corpos era a dança que os movia, tão sutil quanto a brisa que
esbarra em seus rostos na bela manhã ensolarada de domingo.
Os dedos das
mãos se procuram, tentando se agarrar um ao outro e não mais soltar.
Aqueles
olhares que antes eram discretos, meio de lado, hoje são inteiramente um do
outro. E em cada um pode-se ver quanto amor e paixão estão transbordando de sua
alma antes solitária, e hoje recoberta com pequenos prazeres da felicidade
constante e irradiante.
Os beijos
que antes eram sonhos bons, daquele louco despertar de um sono eterno, após a
vida ter desistido de seguir, hoje são trocados com a delicadeza e com todo o
prazer de um amor que não pode ser descrito com palavras, gestos, olhares, e
tampouco demonstrado com esses beijos que podem arrepiar-lhes a espinha.
Hoje eles
protagonizam mais uma cena de romance em meio as telas gigantes dos olhares
invejosos daqueles que não sabem a beleza do amor verdadeiro, mas juntos
saberão enfrentar madrastas e lobos mau que poderão aparecer atrapalhando o
seguimentos de seus olhos e suas trilhas rumo ao futuro certo e repleto de
desejos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário