Devaneios noturnos das trilhas cotidianas

Então, depois de toda aquela ânsia e angústia suprema, eis que ela estava com os pés no paraíso.

Nem a palavra perfeição poderia definir o quanto aquilo era maravilhoso.

Talvez aquele sorriso bobo pudesse dizer um pouco do que ela sentia, ou nada. Parecia pouco diante da imensidão de tudo aquilo que habitava seu pequeno ser.

Quem sabe um daqueles olhares apaixonados pudesse lhe acender a chama daquele amor infinito.

Ainda sim parecia menos do que era.

O que seria então toda aquela excitação só de pensar nele?

Não é amor e só simplesmente amor. Parece sempre algo mais.

É algo mais do que um dicionário poderia especificar.

Aquele beijo poderia dizer algo, mas o que?

Ela que sempre definia a vida em palavras, não sabe mais o que dizer.

Seu coração inquieto parece ter se calado.

Toda aquela tristeza que gritava implorando por ajuda, agora está silenciada.
Aquelas garras afiadas que penetravam sua pele, foram cerradas.
E todo aquele amor, descoberto enquanto ela caminhava ruma ao paraíso, salvou-lhe das dores e medos, salvou-lhe de si mesma. E todo aquele amor é o que lhe move à cada segundo.