Um parafuso frouxo. Uma peça solta. É isso! O detalhe que faltava para ele funcionar.
Uma lasca de pele arrancada no asfalto. A unha lascada, roída, jogada de lado.
As células mortas que se desprendem e se fixam por aí.
A lágrima que preenche minhas pálpebras e se jogam ao chão.
O ar que deixa meus pulmões fugindo da sua realidade monótona.
O chão frio, o ar quente. O cheiro que exalavam as flores já murchas.
O corpo sob o sol escaldante, implorando pelo fim dos tempos.
A carta do baralho descartada na partida ávida.
As sementes desprezadas pelo paladar.
Tiras de papel flutuam sob o chão empoeirado.
As engrenagens fazem cada vez mais barulho. Seu atrito me irrita.
Tudo dói. Até a minha existência me provoca dor.
Tudo em mim pede o fim.
Tudo o que me pertence está se esvaindo em dor.
Dor! É tudo que sinto por esse parafuso estar frouxo.
É tudo o que sinto por me faltar a pele que me cobre.
É o que me move ao túmulo lotado de flores murchas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário