22 de set. de 2011

Sobra tanta falta



É como se eu não soubesse mais o que faz parte da minha existência.
Já não sei onde procurar por mim. Tampouco sei o que encontrarei caso me ache.
Eu vivo perdida dentro dos meus pensamentos, dentro do que eu acho que seja eu.
Eu sinto falta do que fui. De saber o que era.
Hoje já não tenho idéia do que me completa, e do que me falta. Não sei o que me resta, e se me resta algo.
Se eu não me conheço, me reconheço, se não sei o que vejo, também não sei o que ver em você.
Não sei se conheço ou se um dia cheguei a conhecer a metade de mim.
Não se pode ter expectativas com a vida. Não se pode esperar nada. De ninguém.
Eu costumava fazer planos, sonhar. Eu queria, eu podia. Eu sei que juntos poderíamos dominar o mundo todo.
Poderíamos correr por aí. Poderíamos até tropeçar, mas um levantaria o outro.
Eu não me importaria de passar o dia todo deitada ao seu lado, só te olhando. Só imaginando a nossa vida toda.
Eu me contentaria em poder segurar sua mão a vida toda. Eu quero isso.
Queria não ser tão problemática como eu sou. Queria não ser louca. Quero viver.
Mas desde que nascemos, a cada minuto, a morte começa a se aproximar.
E eu morro. A cada lágrima que escorre. Morro a cada momento de tristeza.
Já não sei mais se vivo. Ou se quero morrer.
Não sei o que esperar de alguém como eu, que mal consegue se entender. Alguém que não tem mais amor próprio. Alguém que ainda vivendo nas sombras de um amor, sempre esperando que algo ruim aconteça simplesmente por respirar.
Eu não quero continuar a não me reconhecer. Não quero criar expectativas, mas crio.
E nessa loucura repentina eu me perco, me deixo, me desfaço...
E os pedaços ficam no caminho, restando as feridas, que nunca cicatrizam.
Feridas tão expostas que afastam todos do caminho.

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