17 de fev. de 2012

Reerguer



Acordei caida na escada. Os olhos vermelhos, as mãos manchadas, o tênis cheio de lama, e a roupa cheirando a vodka.
Com a cabeça ainda muito pesada tentei me pôr de pé. Foi inútil. Meu corpo estava imóvel.
Os ponteiros percorriam o relógio, e tudo rodava, cada vez mais.
Eu não sei como, muito menos o porquê de estar ali, mas eu estava.
Foi como se tudo tivesse acontecido novamente, com mais intensidade.
Eu só me lembros de palavras jogadas ao vento, de gritos, e de muitas gargalhadas após.
Havia um copo em minha mão, dois dedos de whisky, um cubo de gelo, e os animos alterados.
Haviam pessoas ao redor, tantas que nem sei quem eram.
E você, havia você por ali, meio perdido e sem jeito.
Haviam sonhos, e uma garota que passava os dias nele.
E um dia ela acordou, já era dia, mas não se sabe ao certo que horas. Ela estava ali, jogada na escada, sem forças para se reerguer. Ela tinha um brilho em seus olhos. Tinha.
Ela era, mas não é mais.

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