
Não entendia como havia chegado naquele ponto. Tentou se lembrar de como foi que tudo começou.
Lá estava ela, não sabia o que era o amor, ou ter alguém ao seu lado. Vivia de sonhos. Era pequena ainda, nova, não tinha medos, anseios, e muito menos via maldade nas coisas. Assim achava que seria, para sempre. Aquela era ela. Uma menininha, ainda descobrindo o que era beleza, e o que as outras mulheres fariam por ela. O que elas te diriam para se sentir horrível. Uma garotinha que sonhava em encontrar seu príncipe encantado.
Alguém que em sua ternura desconhecia o medo, a insegurança, e a tristeza. Mal sabia ela que passaria a conhecer a tristeza como ninguém. Sentiria o peso do descaso nos ombros, e carregaria para sempre cicatrizes de tudo o que conheceu. Suas lágrimas pesariam as pálpebras até serem expulsas violentamente. O grito iria lhe fugir da garganta quando mais precisasse de socorro. Assim passaria a ser, depois que ela fizesse suas escolhas, e crescesse através delas.
Começou a escrever seus sonhos, compôs versos que só grandes poetas poderiam decifrar. Fez como seus ídolos, e passou a transformar sua vida em uma eterna poesia.
Foi então que conheceu a primeira decepção de sua vida. Se apaixonou, e conquistou alguém, tudo parecia novo e belo. E como nada dura para sempre, acabou. Durante todo o tempo que esteve com ele escrevia cartas, as mais belas, com todo o amor que achava possível existir naquele novo coraçãozinho.
Primeiro trauma, frustração, e tristeza. Lágrimas suaves percorriam sua face. Ainda sim já parecia ser o fim do mundo. Não era possível que aquilo estivesse acontecendo com ela. Tinha que ser para sempre. Mas não era. Futuramente saberia o que realmente iria ser para sempre em sua breve vida.
E assim sendo decidiu que os garotos não prestavam, e queria se manter o mais longe possível desse bando de seres babacas e infantis.
Passou a ser só como antes. Sonhava que um dia seria feliz. Teria que ser. Não era esse o sentido da vida? Não. Não era, nem nunca vai ser, minha doce criança.
Um dia, depois de passar horas em frente ao seu computador, viu uma foto que lhe chamou atenção na hora.
- Nossa! Que linda essa garota.
Parou. Pensou. O que estava acontecendo com ela. Não poderia simplesmente achar uma mulher bonita, não daquela maneira. Estava desejando tê-la em seus braços. Precisava daquilo.
Adicionou então a tal garota. Conversaram e decidiram se encontrar. Tudo parecia que ia dar certo. E deu, quer dizer, até certo ponto.
Ambas foram acompanhadas de amigos. Se abraçaram, e se distanciaram de todos. Entre muitas conversas, olhares profundos, e uma timidez inigualável, aconteceu. Duda a beijou com toda a vontade que mal sabia existir ali. Seus lábios eram macios, seu beijo suave, sua pele parecia seda, e fazia com que sentisse vontade de beijar-lhe toda. Acariciava seus cabelos, seu cheiro lhe invadia a alma. Arrepiava cada poro de sua pele.
- Eu te amo. Eu te quero.
Precisava dela em sua vida, como de oxigênio para manter sua vida. Simplesmente precisar estar ali, com ela. A amava. Aquela sensação era indescritível.
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